terça-feira, 7 de dezembro de 2010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Nazista or not nazista?

Procuro evitar a palavra "nazista" ao tratar do sem-fim de proibições que a administração Bilgerto Kassado vem impondo à cidade.

Isso porque a palavra tem um peso histórico e ideologico muito grande e mexe com sentimentos ainda à flor-da-pele para grande parte da população que imigrou para a cidade no pós-guerra.

Então, vou chamando esse senhor e seu mentor/inventor e má-drinho Seu Zé Erra, de conservadores, ditadores etc e tais.

Desta vez, no entanto, diante de mais uma destas absurdas proibições que fazem São Paulo andar na contramão de todas as grandes cidades do mundo, alguém usou a palavra "nazista", e não fui, mas sim o jurista Luíz Flávio Gomes.

Deu no UOL:

Prefeitura expulsa artistas de rua da av. Paulista; para jurista, proibição é "ato nazista"
por Diego Salmen do UOL Notícias

"Avenida mais famosa da cidade de São Paulo, a Paulista é conhecida por ser o centro financeiro da capital, e também por ser um tradicional reduto de artistas de rua. Esse cenário, porém, vem mudando. Enquanto os prédios de empresas e bancos permanecem na paisagem, a classe artística vem minguando no local com a chegada da Operação Delegada, iniciada em dezembro do ano passado pela Polícia Militar, após a assinatura de um convênio com a prefeitura paulistana e o governo do Estado.

Estátuas vivas, palhaços, saxofonistas, guitarristas e malabaristas: todos eles agora estão sujeitos à ação policial, cujo objetivo principal é coibir e enquadrar o comércio ambulante ilegal nas principais vias do município. Para o jurista Luiz Flávio Gomes, a ação é um "ato nazista". "A atividade deles é lícita. Expressão artística você pode fazer quando quiser. Eles serem proibidos é uma ilegalidade, um abuso patente", diz. "Se houver prisão então é crime: abuso de autoridade", afirma.
O UOL Notícias caminhou pela avenida durante uma hora na última sexta-feira (19), e não encontrou nenhum dos artistas de rua no trecho mais movimentado da via, entre as estações Consolação e Brigadeiro do metrô.

A prefeitura alega que, ao cobrarem por suas performances, os artistas exercem atividade comercial e, portanto, precisam de autorização específica para trabalhar. "Não tem autorização, não fica", disse um policial ouvido pela reportagem.
Gomes afirma que a atividade não é comercial. "É uma atividade que gera remuneração livre das pessoas que decidem se vão doar ou não", argumenta. "É uma mera doação, e doação para serviço não é atividade comercial."
Para reforçar a Operação Delegada, a polícia conta com a ajuda de policiais de folga. Se o PM interessado for praça, recebe R$ 12,33 por hora trabalhada na operação; se for oficial, a remuneração extra é de R$ 16,45 por hora. Antes, apenas guardas civis metropolitanos podiam realizar esse tipo de fiscalização.
Proibição do skate
Em 1988, o então prefeito Jânio Quadros proibiu, por decreto, a prática do skate no Parque do Ibirapuera. Depois de alguns meses, a medida foi revogada e hoje o esporte é um dos mais praticados no país. Neste ano, uma proposta do vereador Adolfo Quintas (PSDB) para proibir skates em calçadas também chegou a ser debatida na Câmara Municipal
População critica
Cidadãos ouvidos pelo UOL Notícias criticaram a medida. "Deixa os caras trabalharem, eles animam a cidade", disse o segurança Rogério Alexandre.
"A arte sempre tem que ter lugar, misturada com a cidade", afirmou o publicitário Lucas Lamenha. "É um jeito do povo ganhar a vida", concordou Stephanie de Souza, analista de atendimento.
"Isso só prejudica os caras, eles querem trabalhar", afirmou o gari Edson da Silva. "Não tem do que reclamar dos artistas. Eles não atrapalham ninguém e, na verdade, estão trabalhando", disse o Jerônimo dos Reis, jornaleiro de uma banca em frente ao Parque Trianon. "Não tem nada a ver. Isso aqui é a av. Paulista, tem que deixar eles trabalharem", finalizou a comerciante Julia Delácio.
Proibições na capital
Durante a gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM), diversas restrições e proibições começaram a vigorar nas ruas da capital paulista. Entre elas a proposta de retirada de bancas de jornal no centro e os gritos em feiras livres. No trânsito, foi proibida a circulação de caminhões na marginal Tietê e o tráfego de motos na avenida 23 de Maio."

É uma pena que tenhamos um prefeito com uma visão tão pequena sobre o que é administrar uma metropóle. Esses artistas de rua são o espírito de cidades cosmopolitas ao redor do mundo.
Barcelona reserva uma grande avenida só para eles, são as famosas "Las Ramblas" que atraem turistas de todo o mundo.
Em Paris, temos os músicos nos metrôs e estátuas vivas em todos os pontos turísticos.
E não é diferente em Nova York, Londres, etc.

Enquanto isso em São Bento da Barreirinha...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Aí, sim!

Eu já sabia que o Serra ia dizer que "isso não tem nada a ver" e deixar o caso esfriar sem investigar nada; não porque sou adivinhão, mas porque essa é a prática comum nos governos do PSDB... E, claro. distorcer a notícia e dar um jeito de dizer que "isso é coisa do PT"...
Pois a Folha.com acaba de publicar:

"Serra diz que governo de SP não precisa ser investigado por licitação do metrô
FÁBIO GUIBU
DE RECIFE
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse nesta quarta-feira (27), em Recife (PE), que a gestão estadual não precisa ser investigada no caso da licitação para a escolha das empresas que construirão lotes remanescentes da linha 5 do metrô de São Paulo.
"Não [precisa investigar a gestão], porque não teve nada", disse ele, acusando em seguida o governo federal de cometer irregularidades nas licitações de sua responsabilidade..."

Para ler a notícia completa, siga o link:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/821147-serra-diz-que-governo-de-sp-nao-precisa-ser-investigado-por-licitacao-do-metro.shtml

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Candidato a santo precisa se explicar

O candidato a santo José Serra vai ter que se explicar. Vejam mais uma irregularidade de sua gestão noticiada hoje pela Folha:

Resultado de licitação do metrô de São Paulo já era conhecido seis meses antes
RICARDO FELTRIN
DE SÃO PAULO

A Folha soube seis meses antes da divulgação do resultado quem seriam os vencedores da licitação para concorrência dos lotes de 3 a 8 da linha 5 (Lilás) do metrô.
O resultado só foi divulgado na última quinta-feira, mas o jornal já havia registrado o nome dos ganhadores em vídeo e em cartório nos dias 20 e 23 de abril deste ano, respectivamente.
A licitação foi aberta em outubro de 2008, quando o governador de São Paulo era José Serra (PSDB)...

Leiam a reportagem completa aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/820054-resultado-de-licitacao-do-metro-de-sao-paulo-ja-era-conhecido-seis-meses-antes.shtml

É claro que mais uma vez o Supra-supremo candidato a Buda, santo e príncipe das Ilhas Canárias vai dizer que esta é uma reportagem eleitoreira, que é um absurdo e que ele não tem nada a ver com isso... Enfim: ACREDITE (nele) SE QUISER...

domingo, 26 de setembro de 2010

Quércia, Alckimin, o PCC e o Metrô

Não é de hoje que o Metrô de São Paulo anda para trás.
Já nos tempos de Orestes Quércia gastou-se uma fortuna para construir a Linha Paulista (até hoje essa linha é a mais cara já construída no mundo!), que foi inaugurada eleitoreiramente às pressas e cheia de problemas técnicos que demoraram anos para serem solucionados.

Mais recentemente, durante o governo Alckmin, tivemos a tragédia da Linha 4, a cratera que se abriu e levou consigo 6 vidas. A causa mais provável: escolheu-se usar explosivos em um terreno instável ao invés de se usar o Tatuzão, porque este encareceria a obra...

Agora, a pane inexplicável de quinta-feira.

Por que esse grupo de amigos (pela ordem: Montoro, Quércia, Fleury, Covas, Alckmin e Serra) que divide o poder em São Paulo desde 1900 e lá vai bolinhas, não admite sua total incopentência na gestão do estado ao invés de vir com ridículas insinuações de sabotagem eleitoral?

Na época dos ataques do PCC, o Alckimim, também veio falar em motivação eleitoral. Falou (e não provou) sobre uma suposta ligação do PT com a facção criminosa.

Na minha cabeça limitada de burrico pastador, alguém que governava o estado quando ocorreram dois dos fatos mais graves da história de São Paulo (os ataques do PCC e a tragédia da linha 4) deveria ser lembrado como o governador mais mediano e medíocre que São Paulo já teve.

Ao invés disso lidera as pesquisas com uma vantagem espetacular!

É por isso que este blog se chama Pastando em São Paulo, porque sou burro demais e não entendo o que se passa na cabeça do povo desta cidade e deste estado

domingo, 12 de setembro de 2010

Tá doente? Azar o seu!!!

Vamos falar a verdade, os hospitais publicos nunca foram nenhuma maravilha no Brasil. Nem no tempo do ministro da saúde José Serra nem em tempos de Lula. Há muito tempo que quem fica doente e não tem plano de saúde é maltratado nos corredores dos hospitais públicos.

Agora, vejam o que vem acontecendo em São Paulo por mera desavença política:
(BOL Notícias)

"São Paulo boicota vitrines federais na saúde
RICARDO WESTIN
DE SÃO PAULO

O governo de São Paulo ignora o Samu (ambulâncias de resgate) e as UPAs (prontos-socorros 24 horas), as principais "vitrines" do governo Lula na saúde.

Ao contrário do que ocorre na maior parte do país, as cidades paulistas não recebem dinheiro estadual para colocar e manter os dois programas em funcionamento. São financiados só com verbas federais e municipais.

(...) O sanitarista Nelson Rodrigues dos Santos, diretor do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, critica a influência dos partidos na saúde.

"Há uma possibilidade muito grande [de ser decisão política] porque São Paulo é governado pela oposição. Isso ocorre em todo o país e nos dois lados [oposição e situação]. Mostra o atraso da nossa política.
"

Enquanto isso o burrico aqui segue pastando...

Para ler a notícia toda acesse o endereço:
http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2010/09/12/sao-paulo-boicota-vitrines-federais-na-saude.jhtm

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Queimadas

Duas fotos da queimada que devastou a mata às margens da Rodovia dos Bandeirantes dentro da zona metropolitana de São Paulo, ontem, 25/08:



As queimadas que têm devastados grandes áreas rurais do Brasil são muitas vezes consequências de uma mentalidade atrasada de um tipo de agricultor que vê na queimada uma maneira mais fácil e rápida de preparar suas terras para um novo plantio.
Mas como explicar essas queimadas dentro de nossa cidade, na Reserva do Jaraguá, na Serra da Cantareira, às margens de rodovias?
Ao que me consta, árvores não têm a capacidade da autocombustão. Esses incêndios são causados por pessoas estúpidas que jogam suas bitucas de cigarro no mato, que soltam balões ou que simplesmente botam fogo no mato em nome de prazer doentio de ver as chamas arderem.
Será que essas pessoas não leem jornal, não veem TV, não sabem das condições críticas do ar de São Paulo? Não veem que estão agravando estas condições e contribuindo para agravar os problemas respiratórios de crianças e idosos?
Isso sem falar nos óbvios danos ambientais.
...Sem comentários.

sábado, 21 de agosto de 2010

Velhos problemas...

Enchentes
Manchete do caderno "Metrópole" do jornal O Estado de São Paulo deste sábado dia 21/08:
"Prefeitura usa verba antienchente para acelerar viaduto estaiado do Tatuapé"
A reportagem de Diego Zanchetta informa que a prefeitura de SP usa recursos que iriam para a canalização de córregos e a construção de piscinões para erguer o viaduto. E mais, o valor inicial do viaduto que era de 29 milhões de reais já está em 76,7 milhões!
Por enquanto, estiagem, tudo bem... Mas e quando janeiro chegar? A população vai pagar o pato mais uma vez!

Pedágios
Alckimin disse que vai rever todos os contratos com as concessionárias das rodovias de SP para verificar se os valores cobrados nos pedágios são "favoráveis ao Estado". Não, Ackimin, os valores não têm de ser favoráveis ao Estado, eles têm de ser favoráveis à população!!!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Assim lá como cá

Caro leitor, compare duas notícias publicadas no mesmo dia pelo Estado de São Paulo:


1ª) "Maior ciclovia de SP não saiu do papel, obras de pista de 15 km prometida em 2007 pela prefeitura não começaram; pelo menos outras sete vias exclusivas estão atrasadas..."

2ª) do "L'Exprees", "Paris quer se tornar paraíso dos ciclistas, três anos depois de lançar programa de aluguel de bicicletas, centenas de quilômetros de ciclovias estão sendo criados e ciclistas estão conquistando novos direitos."


E eu aqui pastando, pastando...


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

3 em 1

Nossos primeiros vereadores :
Não podia mesmo terminar em coisa boa. Na reportagem especial sobre os 450 anos da Câmara Municipal de SP, o jornal O Estado de São Paulo destaca alguns de nossos primeiros ilustres vereadores:
João Ramalho, aventureiro português que se casou com Bartira, filha do cacique Tibiriçá. Foi um dos primeiros europeus a caçar, aprisionar e vender índios como escravos; uma espécie de inventor do bandeirantismo.
Antonio Raposo Tavares, bandeirante, escravizou milhares de índios e ajudou na expulsão dos jesuítas espanhóis do sul. Considerado um herói nacional por assim ampliar as fronteiras brasileiras, não estava nem aí para o Brasil, a expulsão dos jesuítas espanhóis na verdade era um negócio da China, uma vez que os jesuítas eram contra a escravização dos índios e, destruindo suas missões, os bandeirantes se livravam desse entrave e ao mesmo tempo apresavam milhares de índios já cristianizados
Fernão Dias, outro notável bandeirante caçador de índios. Este pelo menos teve um fim irônico, morreu de febre amarela pensando ter encontrado esmeraldas às margens do Rio das Velhas, mas suas esmeraldas não passavam de meras turmalinas.



Ficha Limpérrima:
Tá certo que a ficha da maioria dos candidatos não é lá essas coisas, tanto que com base na Lei da Ficha Limpa a Procuradoria Regional Eleitoral está de olho em nada menos que 77% dos candidatos de São Paulo.
Isso tudo porque a lei que garante imunidade aos políticos eleitos é uma mãe para toda sorte de bandidos que ingressem na carreira política.
Mas daí a Maulo Paluf afirmar que ninguém tem a ficha mais limpa que a dele no estado...

Proibição dos caminhões
Eu sempre disse que assim que o Rouboanel, ops, Rodoanel ficasse pronto, os caminhões deviam parar de circular nas marginais. O problema da atual proibição mais uma vez é a maneira como vem sendo conduzida: com arrogância, prepotência e total desconhecimento dos problemas da cidade.
Ao se proibir o trânsito de caminhões apenas na Marginal Pinheiros, dá-se uma forcinha extra para as transportadoras instaladas em áreas residências às margens da Marginal Tietê, degradando e desvalorizando tais bairros.
Por que, antes da proibição arbitrária, não se transfere primeiro as transportadoras para às margens do Rodoanel? Transportadoras devidamente transferidas, os grandes caminhões deixariam lá suas cargas que seriam divididas em veículos menores para entregas na cidade.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Candidato é o que não falta!


Pastando, pastando acabo de descobrir que o candidato ao governo que esteve no poder por 12 anos consecutivos no estado (6 como vice e 6 como governador), lidera as pesquisas de opinião com quase 30 pontos de vantagem sobre o segundo colocado.
Nada mal para quem tem entre seus maiores feitos no governo o desabamento do Metrô Pinheiros e um fortalecimento tal do PCC que culminou nos ataques que semearam terror em 2006.

O que não entendo é essa eterna dualidade PT X PSDB. É claro que o paulista historicamente anti-PT está mandando seu recado pro Lula. Não quer votar no Mercadante, não vota, mas não precisa entregar São Paulo de bandeja pra alguém que já assinou seu atestado de incopentência nos sofríveis anos em que comandou nosso estado.

Gente, candidato é o que não falta! Sem querer fazer campanha pelo canditado oficial deste Blog, o Burrinho Legal, temos ainda Anaí Caproni pelo PCO, Celso Russomano pelo PP, Fábio Feldmann pelo PV, Igor Grabois pelo PCB, Mancha pelo PSTU, Paulo Búfalo pelo PSOL e Skaf pelo PSB.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Árvores mortas na Marginal Tietê

A nova marginal tá parecendo um cemitério de árvores, são mudas e mudas de árvores mortas pra todo lado que a gente olha!
A propaganda oficial só diz que foram plantadas milhares de árvores, o maior programa de compensação ambiental etc e tal.
Agora, a gente ainda querer que as pobres arvorezinhas brotem, aí também, a gente já está pedindo demais, né não?!



sexta-feira, 16 de julho de 2010

Saudades da cidade suja...


Carreta quebrada na Dutra, um trânsito danado nas redondezas do aeroporto, e Gisele Bündchen bela e faceira aquecendo a tarde fria.

É claro, estou em outro município, Guarulhos... Que por aqui a Lei Cidade Limpa não permitiria uma pouca vergonha dessa!

Ai, ai, bateu uma saudades dos tempos em que a Hope mantinha um outdoor permanente no Minhocão.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Pirituba 2014!

Diante do imbróglio Fifa/CBF/Morumbi/Pirituba, o prefeito mandou avisar: “Se não der pra fazer a Copa em São Paulo, paciência...” K-sabe garante que não financia a obra em Pirituba de jeito nenhum. Pobre da cidade cujo prefeito vira as costas para um evento do porte de uma Copa do Mundo. Tá certo que paciência é um dom natural do paulistano, que ontem ficou preso por horas em 207 quilômetros de congestionamento para não ir a lugar algum. Mas abdicar da abertura de Copa do Mundo, - um evento que daria visibilidade internacional para a cidade, que traria turistas, investimentos públicos e privados sem precedentes, etc, - é de uma tacanhez política desmedida... é torcer para que o homem mude de ideia... senão, paciência!

sábado, 20 de março de 2010

Banquete dos urubus



Sábado, 20/03 - Rio Tietê entre as pontes do Piqueri e Freguesia do Ó

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Albergues

É difícil ser paulistano. É difícil acordar paulistano, ler notícias como a reproduzida abaixo e olhar nos olhos de meus concidadãos. É difícil saber que o paulistano aprova todas essas medidas xenofóbicas. Afinal, um político nada mais é que o retrato da sociedade que o elegeu.

Prefeitura de São Paulo fecha albergues para sem-teto
AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - A Prefeitura de São Paulo pretende encerrar, neste ano, os serviços de mais dois albergues para sem-teto: o República Condomínio AEB, com 85 vagas, e o Pedroso, com cerca de 400. O centro de São Paulo e bairros próximos já perderam, em dois anos, quase 700 leitos em albergues municipais. A medida eleva a conta para mais de mil vagas extintas.

As consequências dessas medidas são vias e praças ocupadas por uma massa cada vez maior de moradores de rua. Segundo estimativa da Associação Viva o Centro, são 2 mil na região. "E o número tem aumentado com o fechamento dos albergues", afirma o superintendente da instituição, Marco de Almeida.

Ele diz que essa população cresceu na Avenida Duque de Caxias, na Praça da República e no Largo do Arouche. O Movimento Nacional da População de Rua estima que 15 mil pessoas vivam nas vias da capital (quase 5 mil a mais que há sete anos).

Desde 2008, a Prefeitura desativou dois albergues no centro: o Jacareí (antigo Cirineu), com quase 400 vagas, e o Glicério (conhecido como São Francisco), com 300 leitos, segundo a Secretaria de Assistência Social (Seads). "Mas chegamos a abrigar mais de 700 pessoas", relata frei José Santos, que administrava o Albergue do Glicério. "É claro que a maioria voltou às ruas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Irritada com atraso em obra, prefeitura de SP tenta abafar descobertas arqueológicas

Leitor amigo, reproduzo abaixo noticia publicada originalmente em UOL Notícias Cotidiano - 18/01/2010 às 07h15 (http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/01/18/ult5772u7074.jhtm).

Um excelente trabalho de Rodrigo Bertolotto que expõe a estranha lógica eleitoral que rege nosso cotidiano.

A entrada de jornalistas ou de câmeras está proibida pela Emurb (Empresa Municipal de Urbanização). E os arqueólogos foram advertidos para não darem entrevista. No lugar de exibir os achados que revelam o passado de São Paulo às vésperas de seu 456º aniversário, a prefeitura paulistana prefere silenciar sobre os trabalhos arqueológicos que estão sendo feitos na reurbanização do largo de Pinheiros para receber uma estação de metrô.
"A cidade obedece ao mercado. A modernização de Pinheiros tem o desenho da especulação imobiliária. A reforma não é para a população do bairro. Por isso, é mais fácil desqualificar como caquinhos os objetos encontrados, de clara importância histórica", opina o arqueólogo Paulo Zanettini, sócio de uma empresa de resgate arqueológico e especialista nos sítios paulistanos.

Já foram encontradas louças holandesas, francesas e inglesas, bem como garrafas do século 19, mostrando que a vocação comercial da área é antiga. Mas a única forma de saber isso é passar na calçada esburacada no número 700 da rua Fernão Dias. Lá, espremidos entre tábuas de madeira compensada e os pontos de ônibus para Cotia, dois cartazes contam o que acontece ali.

Os pedestres passam sem parar para ler sobre o aldeamento que os jesuítas fizeram na área até 1640 com os índios guaianás, nem sobre as porcelanas Maastrich ou Sarreguemines usadas pelos habitantes do passado. É fácil ver as placas publicitárias de "compra-se ouro" ou "exame médico demissional" que se espalham pelo largo.

O pano de fundo do ocultamento do resgate arqueológico é o atrito entre a Prefeitura de São Paulo e o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Uma denúncia anônima ao órgão vinculado ao Ministério da Cultura fez as obras de Pinheiros pararem em meados de novembro.
Vestígios do passado
Desde 2002, toda a obra de porte em região de potencial histórico deve ser inspecionada por especialistas, assim como acontece com o obrigatório relatório de impacto ambiental. Isso é determinado pela portaria federal 230. Pela extensão e localização, a reurbanização de Pinheiros, que inclui mais de uma dezena de quarteirões, entra facilmente no caso.

A Emurb, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não conhecia essa legislação. A arqueóloga Lúcia Juliani, proprietária da empresa de prospecção A Lasca, diz acreditar que a empresa não agiu errado. "A Emurb achou que não estava agindo mal porque não foi cobrada antes", afirmou.

Um mês depois de parte das obras pararem para o resgate histórico, porém, a prefeitura convocou jornalistas para desqualificar os objetos encontrados, apontando que não passavam de pedaços de ossos, ferraduras e utensílios domésticos dos anos 1950, desgastados pelo tempo e sem valor histórico. O arqueólogo responsável, Plácido Cali, saiu prontamente para desmentir, mostrando achados de dois séculos atrás. E a tendência é achar coisas mais antigas, afinal, a cada 50 centímetros para baixo se recua um século.

"É por desconhecimento que se julga que a arqueologia existe para descobrir civilizações e múmias. Os grandes achados são raros. Nossa função é revelar como era o cotidiano do passado", disse Lúcia Juliani.

Zanettini concorda com ela. "A arqueologia revela a história que foi esquecida, a história das pessoas comuns, não aquela contada nos livros de história, que relata bem só a elite de poder. Os cacos que a gente encontra falam de um cotidiano que as fotos e os textos não revelaram."

E o sítio de Pinheiros foi revelador, com um depósito de garrafas enterradas que apontam a presença por ali de uma taberna do início do século 19.

É sintomático que a revitalização da área queira apagar as pessoas comuns do presente e do passado. O novo desenho do local será elo para o eixo endinheirado que une bairros como Brooklin, Itaim e Jardins ao Alto de Pinheiros, Alto da Lapa e Vila Madalena.

O plano do prefeito Gilberto Kassab (DEM) era inaugurar a primeira parte do novo largo em julho de 2010, mas os arqueólogos acreditam que as escavações podem acabar só no final do ano.
Tendo como pano de fundo as eleições gerais deste ano, há quem veja um embate político no embargo do Iphan. A postura da Emurb de tentar abafar o assunto mostra o tamanho do desgaste que a polêmica causou para a prefeitura, para Kassab e para seus aliados políticos, afinal, a reurbanização de Pinheiros seria inaugurada simultaneamente com a estação de metrô Faria Lima - que deve sair a tempo de ser exibida no horário político dos candidatos envolvidos com a obra.

E na futura praça do largo de Pinheiros não espere referência aos achados arqueológicos. Afinal, a tradição de São Paulo é erguer uma cidade em cima da outra. Quem sabe daqui a 200 anos um buraco no local redescubra um pacote de batata chips, um CD de forró ou um telefone celular que tira fotos. E assim, os que vierem depois de nós saberão como se vivia no longínquo início do século 21.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Gavetas do tempo


Vou sentir falta da iluminação de natal.
Ainda que tenha minhas dúvidas quanto ao conforto de nossas belas tipuanas com seus troncos e galhos tomados por centenas de lampadinhas acesas por noites a fio, ainda assim, vou sentir falta da iluminação de natal.


No Trianon, nas avenidas Sumaré e Pompéia, a caminho de casa, cruzei madrugadas que não eram comuns madrugadas paulistanas. Esses caminhos assim iluminados me levavam a outros lugares, minha casa ainda, mas outros lugares.
Certa noite fui parar em minha casa no tempo em que as bolas de natal eram feitas de um vidro tão fino que se quebravam com o suspiro de um grilo, e cada uma era uma obra de arte única, pelo menos aos meus olhos de menino.
Hoje, todas elas se quebraram? Não terá sobrado uma ao menos nalguma gaveta do tempo?


E agora que as avenidas voltaram a ser apenas avenidas com sua iluminação ordinária, e agora, para onde irei, o que vou encontrar quando voltar para casa?