quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

cata dores de são paulo

Não gosto de fazer piada com nazismo ou neonazismo, por considerar este um dos assuntos mais sérios e vergonhosos da História.

No entanto, diante do imbróglio do caso Paula Oliveira, (mantenho meu post anterior, de qualquer maneira, como um protesto geral contra a praga da xenofobia) não me resta outra coisa que uma piadinha básica, uma cutucadinha – pra não perder o costume – em Seu K Sabe.

Antigamente bastava deixar papelão ou vidro ou alumínio na porta de meu comércio que, em coisa de 10 minutos, os catadores levavam.Outro dia, no entanto, várias caixas de papelão se acumulavam sem que um só catador passasse pela rua. Foi quando ouvi uma vizinha dizer, “É que o K Sabe proibiu os catadores de andarem com os carrinhos”.
Como ainda não havia ouvido nada a respeito, fui pesquisar. Não encontrei nada concreto sobre a tal proibição, porém encontrei duas páginas na Net bastante interessantes.

1) Em
http://saopauloempauta.wordpress.com, “Entidades denunciam política higienista de Serra/Kassab”, discorre-se sobre a violência com que os moradores de rua são tratados pelas entidades oficiais em São Paulo e cita, literalmente, a tal “proibição do trabalho dos catadores de material reciclável”.

2) Em
www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ult95u484756.shtml, “Kassab assume uma promessa para cada 36h da 2ª gestão”, diz-se que se o prefeito pretender cumprir todas as promessas de seu plano de governo, 953 promessas em 4 anos, terá que inaugurar uma obra ou entregar um projeto a cada 36 horas... Bueno... as horas estão correndo, tem alguém contando?
Pois é, e não é que uma dessas promessas vem a ser justamente um tal de “cadastro oficial dos catadores de lixo”.

É sempre a mesma história, o poder público não faz a sua parte (no caso, a coleta coletiva de lixo em todos os bairros da cidade) e ainda dificulta o trabalho de quem se insere neste “vazio” de Estado (no caso, os catadores de lixo).

E além disto, temos a questão humanitária, os catadores são muitas vezes moradores de rua ou favelados vivendo sem o direito básico à habitação decente e o lixo é sua única fonte de renda.

Mas nada, nada disso importa diante da fúria proibitiva de K Sabe.
Ele já proibiu as placas, proibiu os feirantes de declamarem seus bordões, agora vai proibir também os catadores?

Ah, sim, o que tudo isso tem a ver com nazismo?
Tem a ver que um dos atributos de um Estado nazista é o poder extremamente centralizado, proibitivo, controlador e coercivo.

Ah, mas não teve graça nenhuma, não é?
Fazer o quê? Taí um assunto que não costuma ter graça nenhuma mesmo.


P.S.: Assisti esta semana ao filme “Ensaio sobre a cegueira”. Saramago é um dos meus autores preferidos, por isso estava “louco” pra não gostar do filme... Adorei!
As cenas em São Paulo são geniais!
Sabe como o K Sabe resolveria o problema central do livro/filme? Proibindo todo mundo de ficar cego! Quem ficar cego paga multa! Simples, né? Esse K Sabe sabe das coisas!

Um comentário:

Fragmentos Betty Martins disse...

._______querido Paulo



obrigada pelas suas palavras____...


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estive a ler o seu post anterior "Imagine todas as pessoas compartilhando o mundo" estou completamente de acordo com o que escreveu. parece que o homem em 2000 em vez de progredir - regrediu em toda a escala. e existem factos na história - que nos intristecem bastante.


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por aqui não é diferente - sabe Paulo - tenho por hábito dizer:____que os VAMPIROS desceram de novo à cidade!!!

...

mais uma vez obrigada pelo carinho das suas palavras







beijO_____ternO
bDomingo